Internacional
Colapso em mina no Congo deixa dezenas de mortos e expõe risco em áreas de extração
Uma ponte improvisada desabou em uma área de mineração na província de Lualaba, na República Democrática do Congo, deixando ao menos 32 mortos. O caso revela a vulnerabilidade dos trabalhadores locais e a relevância geopolítica dos minerais extraídos na região
Uma tragédia que raramente recebe atenção fora da África se desenrolou no sábado, 15 de novembro de 2025, na província de Lualaba, na República Democrática do Congo (RDC). Na ocasião, uma ponte improvisada utilizada por trabalhadores em uma mina de cobre e cobalto desabou, causando ao menos 32 mortes. Autoridades locais afirmam que o número pode aumentar.
Contexto invisível
Essas mortes se somam a uma realidade pouco reportada: trabalhadores informais em zonas de extração mineral atuam em condições de risco extremo, com infraestrutura precária e escassez de proteção. Episódios assim quase nunca ganham espaço na mídia brasileira — o que evidencia a importância de uma cobertura que dê visibilidade a quem está na linha de frente da crise climática, social e econômica no continente africano.
O que ocorreu
A ponte ficava em uma área de mineração de cobalto, mineral essencial para baterias e tecnologias de energia limpa. Chuvas recentes teriam fragilizado a estrutura, que cedeu durante uma fuga de trabalhadores após momentos de tensão na região. Equipes de resgate enfrentam dificuldades para acessar o local, o que pode elevar o número de vítimas nos próximos dias.
Por que isso importa
A província de Lualaba é parte central da cadeia global de minerais críticos — embora os trabalhadores que sustentam essa produção sigam à margem da visibilidade internacional.
O acidente revela a vulnerabilidade estrutural dos territórios africanos, especialmente das comunidades rurais e periféricas, em um cenário global de extração que prioriza lucro e velocidade sobre segurança humana.
Dar espaço a essas histórias reforça o compromisso jornalístico com a equidade: quem vive os impactos diretos deve ser ouvido e incluído nas narrativas que moldam nossa compreensão do mundo.
O que se espera agora
Autoridades da RDC abriram investigação formal sobre o colapso e sobre a segurança das operações na região. Ainda não há confirmação do número final de vítimas nem da situação dos sobreviventes.
Dimensão geopolítica
A tragédia no Congo recoloca no centro do debate global a disputa por minerais estratégicos. O Congo, maior produtor mundial de cobalto, e o Brasil, detentor de reservas importantes de lítio, níquel e nióbio, ocupam posições decisivas em um mercado dominado por grandes potências. O governo brasileiro tem defendido que o país avance da simples exportação de matéria-prima para maior autonomia industrial — movimento semelhante ao que o Congo tenta implementar, mesmo em meio às suas vulnerabilidades.
Diante de políticas protecionistas e disputas por segurança mineral, Brasil e Congo emergem como atores essenciais do Sul Global. Ambos têm potencial para cooperar, agregar valor às próprias riquezas e disputar protagonismo em uma agenda que envolva soberania econômica, justiça social e responsabilidade ambiental.
A tragédia mostra como acontecimentos fora do eixo habitual de atenção também fazem parte das dinâmicas que impactam o nosso cotidiano.
Por: Redação Black News Brasil
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